terça-feira, abril 21, 2009

A poupança e a canalhice de Raul Jungman

Assisti agora a noite as incursões do PPS na televisão. Coisa de mal gosto, como é o próprio partido. Uma fraude. Não cansam de dizer que é partido de gente decente. Na verdade, é um partido tradicional qualquer, que de vez quando aparece alguns de seus integrantes em esquemas de corrupção, e o partido age à moda do DEM. Por isso, nunca enganei com seu discurso de paladinos da ética. O próprio Jungman enfrenta vários processos por malverzação do dinheiro público.

O Roberto Freire ainda vem falar no programa numa frente socialista de oposição. Como a gente sabe que nessa frente também inclui o DEM, o partido dos filhotes da ditadura (ou será ditabranda, não vi nenhum membro do PPS reclamar), percebe-se que tipo de socialismo o Roberto Freire defende. Dizem por aí que o PPS está em processo de fusão com o PSDB. Como o PPS está à direita do PSDB, é mais um passo desse último em direção dos eleitores do DEM (ou seja, à direita do espectro político). Esse comentário é só um desabafo, mas quem realmente fez um belo post sobre o programa do PPS foi o Sérgio Leo. Só não entendi o final, pois ele diz que achava que o PPS era partido sério. Nesse conto nunca caí. Segue o post:

Do Sítio do Sérgio Leo

Toda pessoa com alguma informação sabe que, com a queda dos juros, a caderneta de poupança tende a ficar mais atrativa, para ganhar dinheiro, do que os fundos de investimento. A poupança é isenta de imposto, os fundos, não; os fundos têm correção ligada aos juros da dívida Tesouro, que, para felicidade geral da nação, estão caindo; as cadernetas têm rendimento garantido de 0,5% acima da TR, que reflete as taxas de juros do mercado, maiores que os juros básicos do tesouro.

Daí que o governo não quer esse inchaço da caderneta, com a migração especulativa (especulação legítima, aliás) do dinheiro hoje depositado nos fundos para a caderneta. Para os bancos também é um problema, porque os depósitos em cadernetas não podem ser usados livremente para qualquer tipo de crédito. Vai ter mudança, o governo estuda uma forma de baixar o rendimento da poupança, e o Lula pediu aos técnicos para darem um jeito de manter, pelo menos, o rendimento das poupanças menores. Troço difícil.

Mais difícil ainda é aceitar a exploração política irresponsável e de má fé que acabo de ver na propaganda do PPS. O Raul Jungman, que já namorou uma grande amiga minha, teve outra amicíssima como assessora e sempre teve meu respeito, apesar de todas as polêmicas em que se envolveu, aparece no vídeo explorando a ignorância dos pobres e das pessoas mal informadas, ao dizer que o governo vai "mexer na poupança como fez o governo Collor".

Ora, o Collor, em 1990, CONFISCOU dinheiro da poupança. As pessoas não puderam sacar o que tinham lá. O) máximo que sairá agora será uma redução no rendimento, ou um imposto para maiores investidores.

Qual a intenção do Jungmann, usar a ignorância das pessoas para provocar confusão? Ele não se importa de provocar prejuízos nos velhinhos, nas pessoas com menores economias, que, com medo de terem seu dinheiro confiscado, vão correr para sacar das cadernetas num momento em que elas são a melhor alternativa de investimento para elas, só abaixo do Tesouro Direto?

Isso nem efeito contra o Lula pode ter, estamos longe das eleições, o que vier a ser feito será em breve, e ficará claro que será diferente do que fez o Collor (embora sempre se possa explorar legitimamente o fato de que, no governo Lula, a caderneta passou a render menos, dependendo do que façam).

Mas apavorar os poupadores espalhando um boato que sabem ser falso é baixaria. Política medíocre, pequena, atrasada. Nojenta mesmo. Coisa sem caráter.

E eu, que achava o PPS um partido sério.

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